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Mais de 2,000 pessoas trans assassinadas nos últimos 8 anos: Dia Internacional da Visibilidade Trans 2016

Berlin, 30 de Março de 2016

Por ocasião do Dia Internacional da Visibilidade Trans (TDoV, por suas siglas em inglês), 31 de março, a Transgender Europe (TGEU) publicou uma atualização dos resultados do Observatório de Pessoas Trans Assassinadas (TMM) para se juntar às vozes pela conscientização das muitas formas de discriminação que as pessoas trans e de gênero diverso ao redor do mundo enfrentam.

A atualização TMM TDoV 2016 revela 2.016 homicídios reportados de pessoas trans e de gênero diverso em 65 países em todo o mundo entre 1 de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2015, sendo mais de 1.500 da América do Sul e Central. Além disso, a análise de dados do TMM mostra que 65% de todas as pessoas trans e de gênero diverso assassinadas cujas profissões são conhecidas eram trabalhadoras sexuais.

Entre as seis regiões do mundo, os maiores números absolutos foram encontrados em países com movimentos trans e organizações da sociedade civil fortes que realizam algum tipo de monitoramento profissional: Brasil (802), México (229), Colômbia (105), Venezuela (98) e Honduras (79) na América Central e do Sul; Estados Unidos (132) na América do Norte; Turquia (41) e Itália (33) na Europa; e Índia (54), Filipinas (40), e Paquistão (34) na Ásia.

A estreita relação entre a existência de movimentos trans fortes e um monitoramento profissional de um lado e o registro dos maiores números absolutos de assassinatos de outro aponta para a questão preocupante: dos
casos não reportados.

Carsten Balzer/Carla LaGata, Investigadorx Sênior da TGEU, explica:

“Além da necessidade de mecanismos para proteger as pessoas trans e de gênero diverso, essa relação também mostra a necessidade da existência de comunidades e organizações trans capazes de realizar monitoramento e denúncia da violência contra suas comunidades. Essa relação indica que os números mostram apenas a ponta do iceberg em relação ao número de homicídios de pessoas trans e de gênero diverso a nível mundial.”

Enquanto o Brasil, México e os Estados Unidos têm os maiores números absolutos, os números relativos são ainda mais preocupantes para alguns países com população menor. Honduras, por exemplo, tem um índice de 9,56 casos relatados assassinatos de pessoas trans e de gênero diverso a cada um milhão de habitantes.

É importante ressaltar que esses casos são os que podem ser encontrados em buscas na Internet e cooperações com organizações e ativistas trans. Na maioria dos países, dados sobre pessoas trans e de gênero diverso assassinadas não são produzidos de forma sistemática, e é impossível estimar o número de casos não denunciados.


Para mais informações, Carsten Balzer/Carla LaGata, Investigadorx Sênior do TGEU, está disponível para entrevistas e perguntas e pode ser contatadx por e-mail carla@tgeu.org ou telefone +49-30-53602666.

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